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Novos desafios da educação pós COVID-19

  • Foto do escritor: Marcus Periks Barbosa Krause
    Marcus Periks Barbosa Krause
  • 11 de abr. de 2022
  • 4 min de leitura

Atualizado: 23 de abr. de 2022

Vivemos em mundo onde cada vez mais a tecnologia avança em uma escala crescente, alcançando espaços que jamais imaginávamos encontrar. A tecnologia causou mudanças em muitas profissões, extinguindo muitas, penetrou no campo dos aparelhos domésticos, transformando fogões e geladeiras em verdadeiros computadores, transformou carros em verdadeiras máquinas que se locomovem sozinhas, tomou de conta dos aparelhos de telecomunicações, transformando aparelhos celulares que outrora eram utilizados apenas para ligações telefônicas, em verdadeiras ferramentas de subsistência, uma vez que dependemos dos mesmos para quase todas as situações da vida.

A pandemia do Coronavírus surgiu no mundo, e com ela, nascem muitas indagações acerca do futuro da humanidade, após essa crise sanitária. Uma dessas indagações referem-se ao uso dos recursos tecnológicos e da internet, que nos mostrou não se tratar apenas de opção de consumo ou de lazer, mas uma necessidade real.


Para exemplificar tal necessidade, citamos as diversas medidas adotadas como forma de manutenção e garantia de direitos à população, que perdura durante a pandemia:


O acesso aos aplicativos de celulares para requerer Auxilio Emergencial; a adoção da telemedicina por médicos em todo o país, devidamente regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina; Os registros de boletins de ocorrência policial por meio eletrônico; As aulas, no formato à distância, fazendo uso das novas Tecnologias para acesso aos recursos didáticos, dentre tantos outros.

Pretendo me deter, neste último ponto, como forma de refletir sobre os desafios da educação em nosso país e a necessidade de investimentos tecnológicos e democratização do acesso à internet, como garantia dos direitos à educação de nossas crianças e adolescentes.

No Brasil, os investimentos em tecnologia nas escolas públicas nunca foram satisfatórios, a prova está ai, diante das dificuldades que o país encontra para lidar com a situação das aulas para os alunos da educação básica, sendo que muitas redes de ensino municipal e estadual, ainda estão paralisadas, outras estão engatinhando no processo de adaptação de aulas online, porém grande partes destas, vão esbarar em um outro problema, o da exclusão digital.


Os dados da exclusão digital são preocupantes, principalmente, quando se trata do estado do Maranhão, os dados do IBGE apontam que 1 em cada 4 brasileiros não tem acesso a internet, ainda, segundo o Mapa da Inclusão, pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas e Fundação Telefônica (disponível em: https://www.cps.fgv.br/cps/telefonica/) o nosso Estado amarga a última colocação no Ranking de microcomputadores com Acesso à Internet por Unidade da Federação, com apenas 10,98% de lares com acesso à internet, contra o Distrito Federal, que é o primeiro colocado, com 58,69%. Já no ranking Geral dos municípios a cidade maranhense que aparece melhor colocada é Imperatriz na posição 868º, seguida de São Luís, Paço do Lumiar, Açailândia, São José de Ribamar, Porto Franco, Estreito, Santa Inês e em seguida Pedreiras, na posição nacional 2841º, e na 9ª posição do estado do Maranhão.


Quando o assunto é entre alunos, a pesquisa mostra que no Maranhão apenas 9,59% dos estudantes tem acesso domiciliar à rede mundial de computadores. Isso nos mostra que não se conseguirá resultados satisfatórios na educação enquanto não se fizerem investimentos na democratização do acesso à internet e em novas tecnologias.

A realidade do pais em relação à educação é de muitas escolas sucateadas, sem nenhum recurso tecnológico presente no ambiente escolar, a grande maioria das escolas não possuem salas de vídeo/multimídia ou salas de informática, para fomentar o uso de práticas didáticas e metodologias ativas; Escolas que sequer possuem acesso à internet ou computado res disponíveis aos alunos ou professores para pesquisas; projetos como rádio escolar ou jornais produzidos pelos alunos, dentre tantas outras medidas que poderiam ser utilizadas para proporcionar melhores condições de aprendizagem.


Em tempos comuns de aula presencial, não é difícil encontrar um professor que, após dedicar-se horas preparando uma aula lúdica, com uso de recursos tecnológicos, chegar em sala de aula e ali não conseguir executar seu plano de aula, em razão da carência ou mesmo ausência de condições mínimas estruturais e tecnológicas para execução de tal atividade. Ora falta um notebook, ora falta um projetor de slide, ou até mesmo uma tomada que funcione dentro da sala de aula para ligar tais aparelhos. São desafios que precisam ser superados, urgentemente.

Vivemos em uma Era tecnológica, onde nossos alunos nasceram manuseando um celular, contudo a realidade é assimétrica em relação aos professores, pois muitos deles não cresceram neste contexto e tiveram que se adaptar de forma brusca a muitas situações, diante das condições de isolamento social.


Mesmo após encerrar o período de isolamento social, e com o retorno das aulas presenciais, não quer dizer que não precisaremos mais dos conhecimentos tecnológicos, pois agora é que os mesmos deverão ser aplicados, pois a educação híbrida será uma realidade mais presente em nosso país.

Será necessário vencer muitos desafios, dentre os quais: Um alto investimento em inovações tecnológicas, serviços como assessorias de startups, que se dedicam a auxiliar escolas fornecendo um leque de alternativas pedagógicas e tecnológicas para melhorar o processo ensino aprendizagem, qualificação contínua dos docentes na área das novas tecnologias de Informação e Conhecimento, adoção de plataformas virtuais de gestão e monitoramento de resultados pedagógicos, aquisição de equipamentos digitais para uso nas escolas e democratização do acesso à internet."


MARCUS PERIKS BARBOSA KRAUSE Mestre em Ciências da Educação; Especialista em Língua Portuguesa com ênfase em gramática; Especialista em Gestão e governança em Ministério Público; Licenciado em Letras; Graduando em Pedagogia; Membro da Academia Pedreirense de Letras; Professor; Técnico Ministerial do Ministério Público do Estado do Maranhão.

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